Autor: Dr. von Mühlen

Médico Reumatologista e Patologista Clínico, especialista em clínica médica, reumatismos, doenças autoimunes e técnicas de diagnóstico laboratorial.

Como a COVID-19 ataca os rins?

OS RINS NA COVID-19

Texto do Dr. Fernando Thomé

Os rins são fundamentais para a manutenção da vida, evoluindo de um simples filtro para remover substâncias indesejáveis em animais marinhos simples até o órgão complexo no corpo humano, com diferentes funções e tendo relações com os outros órgãos, recebendo e transmitindo mensagens.

Controla o equilíbrio dos líquidos corporais, como a concentração de minerais e substâncias orgânicas, a acidez e a concentração desses líquidos. Mantém a saúde dos ossos, controlando cálcio, fósforo, magnésio e ativando a vitamina D. Evita a anemia ao estimular a medula dos ossos a produzir glóbulos vermelhos. Regula a quantidade de sódio no corpo, mantendo a pressão arterial equilibrada, também com a ajuda da produção de hormônios que agem nos vasos sanguíneos.

Para executar essas funções, os rins recebem uma quantidade desproporcional de sangue. Apesar de pesarem apenas 150 g (< 1% do corpo) e medirem de 10 a 13 cm cada um, recebem 20% (uma quinta parte) de todo o sangue bombeado pelo coração. Esse sangue flui por artérias que se bifurcam em ramos cada vez menores até chegar num enovelado de capilares com paredes muito finas, chamado de glomérulo, onde acontece a filtração. Cada rim possui cerca de um milhão de glomérulos. O comprimento total de todos os capilares glomerulares somados chega a 19 Km, e eles ocupam uma superfície de pouco mais de meio metro quadrado, embora menos do que um décimo dessa superfície seja útil para filtração. Esse líquido filtrado, cerca de 180 litros por dia, percorre um sistema de canais (túneis), chamado de túbulos, onde substâncias necessárias ao organismo são reabsorvidas, junto com a maior parte da água preciosa de que necessitamos num ambiente terrestre, enquanto outras substâncias são secretadas para também serem eliminadas. Após essa cuidadosa manipulação desse filtrado, resta 0,5 a 2 litros de urina, que são eliminados através de vias urinárias e a bexiga.

Por que tanto sangue e tantos canais para carregá-lo? Exatamente para conseguir cumprir suas funções. Essa é a grande força dos rins, mas é também sua maior fraqueza. Com tanto sangue chegando aos rins diretamente do coração, vários elementos presentes na corrente sanguínea podem afetar e danificar os rins. A começar pela pressão do sangue que pode danificar as delicadas paredes capilares ou um aumento de fluxo provocado por uma necessidade aumentada de funcionamento (obesidade, rins pequenos, excessos dietéticos). As artérias e os capilares também podem sofrer doenças próprias. Além disso, tudo que o sangue carrega de modo anormal ou exagerado pode eventualmente lesionar os rins, como glicose, gorduras, ácido úrico, anticorpos anormais, proteínas anormais, substâncias tóxicas do próprio corpo, remédios, cálcio, substâncias orgânicas anormais, metais, produtos derivados do tabaco e de outras drogas. Por outro lado, se os rins receberem pouco suprimento sanguíneo, isso também prejudica sua função (obstrução das artérias que alimentam os rins, pouco líquido no corpo por desidratação ou hemorragias, falta de força do coração). A outra maneira de haver dano aos rins é retrogradamente, de baixo para cima, pela urina: minerais que se acumulam e formam calcificações ou cálculos, dificuldade de drenagem da urina por problemas estruturais ou funcionais das vias urinárias, infecções que chegam aos rins.

Qualquer dessas condições que possa prejudicar as funções dos rins resulta numa condição coletivamente chamada de doença renal crônica. São doenças difusas, que acometem ambos os rins e ameaçam a integridade das funções dos rins. Seja qual for a causa, o que se percebe ao fim é uma esclerose (endurecimento) dos glomérulos e uma fibrose (cicatrização anormal) dos tecidos internos dos rins, chamados de interstício, e isso leva a uma atrofia desses órgãos.

Há maneiras simples de saber se há uma doença renal crônica. Pode-se medir uma substância no sangue, chamada creatinina, a partir da qual, com fórmulas simples se chega a estimar o quanto o rim está filtrando. Normalmente, o rim filtra de 90 a 120 ml de sangue (meio copo) por minuto. Se a filtração for menor do que 60 ml/min e isso perdurar por mais de três meses, trata-se de doença renal crônica. A outra maneira de fazer o diagnóstico é através de um exame de imagem, que pode mostrar alterações difusas compatíveis com lesões renais crônicas, ou então pela pesquisa de proteína na urina. A presença anormal de proteína ou albumina na urina por mais de três meses indica lesão renal, usualmente nas paredes capilares de filtração. Estima-se que 10 % da população tenha doença renal crônica, a grande maioria de forma assintomática. O desgaste dos rins pelo envelhecimento e pelo acúmulo de agressões que eles sofrem ao longo da vida explica a grande proporção de pessoas acometidas. E a estimativa é que a doença renal crônica será cada vez mais uma causa importante de limitações no futuro, com maior número de casos e consequências crescentes.

Quais são as consequências da doença renal crônica? Em primeiro lugar, ela predispõe – por vários mecanismos – à doença cardíaca, aumentando o risco cardiovascular de modo mais significativo do que outros fatores de risco. Isquemia, aumento do coração, arritmias, insuficiência cardíaca são todas complicações que podem resultar da doença renal crônica. Em segundo lugar, ela torna o indivíduo mais suscetível a outras complicações e doenças, aumentando o risco cirúrgico, aumentando a chance de internações por várias situações. Em terceiro lugar, ela aumenta muito o risco da insuficiência renal aguda, uma condição em que os rins param de funcionar por várias causas e traz alto risco para o indivíduo, E finalmente a doença renal crônica pode levar à insuficiência renal avançada, que é uma situação incompatível com a vida, necessitando de diálise ou transplante para mantê-la.

Toda a vez que a função dos rins cai a ponto de tornar a vida insustentável, seja por insuficiência renal aguda seja por insuficiência renal crônica avançada, é necessário substituir a função renal. Pode-se fazer isso por um equipamento de rim artificial, limpando ou depurando o sangue por filtros especiais. É o que se chama de hemodiálise. Pode-se também fazer essa depuração através de uma membrana que temos dentro da cavidade abdominal, chamada de peritônio. Faz-se a infusão de líquidos no interior do abdômen e ocorre filtração pelo peritônio, de modo que o líquido, ao sair, remova as impurezas que precisamos eliminar. Esta é a diálise peritoneal. A insuficiência renal aguda geralmente é reversível, e os rins voltam a funcionar permitindo interromper o tratamento de substituição. No caso da doença renal avançada, em que a possibilidade de recuperação de função não existe, planeja-se um transplante renal com um doador vivo compatível ou com um doador falecido. Essa situação requer um preparo exaustivo tanto do doador quanto do receptor.

A Covid-19 pode atacar os rins por diversos mecanismos. Em primeiro lugar, os rins apresentam os receptores ECA-2 que são usados pelo SarsCov-2 para entrar nas células. Eles ocorrem tanto em algumas células dos glomérulos quanto em células dos túbulos. Ainda se discute qual é o papel do vírus na lesão direta aos tecidos renais, mas uma alteração bem demonstrada é a glomerulonefrite colapsante, uma situação em que os capilares glomerulares “murcham”, impedindo a filtração. Felizmente, parece ser uma situação menos comum. Uma lesão nas células tubulares pode causar uma outra alteração funcional (síndrome de Fanconi). Ambas situações causam perda de proteína na urina.

Outra consequência do coronavírus é uma lesão do tapete interno dos vasos sanguíneos e dos capilares, chamado de endotélio. A angiotensina 2 é uma substância importante que contribui para essa lesão. Há uma contração anormal dos vasos sanguíneos e prejuízo à circulação. Como o rim tem uma superfície endotelial muito grande, essa lesão pode afetar a filtração normal.

Uma terceira via de lesão é a alteração que ocorre no sistema de coagulação, por surgimento de proteínas inflamatórias, pela lesão no endotélio e por alterações nas pequenas células responsáveis por estancar o sangue quando sangramos, chamadas de plaquetas. Todos esses mecanismos podem levar à formação de coágulos dentro dos vasos sanguíneos, o que se chama de trombose. Isso pode ocorrer em vasos renais grandes ou microscópicos.

Por fim, a liberação no sangue de proteínas inflamatórias em resposta ao vírus, a chamada “tempestade inflamatória”, atinge todos os elementos renais e lesa os túbulos e o interstício, causando insuficiência renal aguda.

Um autor chamou esse mecanismo de “os quatro cavaleiros do apocalipse”: agressão viral direta, lesão endotelial por angiotensina, microtromboses e inflamação desenfreada.

Além disso, os rins sofrem outras agressões pela Covid-19. Muitos pacientes ficam desidratados pela doença e sofrem pela diminuição de fluxo de sangue aos rins. O coração e o aparelho circulatório são atingidos pela doença e pode faltar pressão suficiente para alimentar os rins, além de que o sistema de retorno do sangue pelas veias pode ficar estagnado e prejudicar a filtração normal. (síndrome cardiorrenal). Muitas viroses, e a Covid é um exemplo, podem causar destruição de células musculares (rabdomiólise), e o conteúdo tóxico do interior dessas células se espalha pelo sangue e causa dano renal importante. Pacientes com dificuldades respiratórias pela Covid são colocados em respiração artificial após intubação. A pressão do ar insuflado nos pulmões também atrapalha a circulação do sangue aos rins e contribui para a lesão renal aguda. Os impactos da Covid afetam não apenas os glomérulos e túbulos renais, levando a insuficiência renal aguda, mas também desarranjam o equilíbrio dos minerais no sangue.  Por fim, muitos remédios usados no tratamento da Covid são tóxicos para os rins e amplificam a lesão.

Quais as manifestações sugestivas de envolvimento renal na Covid-19? Já nos primeiros estudos feitos em 2020, percebeu-se que três manifestações renais previam uma evolução mais grave da Covid: sangue microscópico na urina (hematúria), perda de proteína pela urina (proteinúria) e elevação da creatinina em relação aos valores basais do paciente. Essas manifestações indicam potencial gravidade do quadro de Covid, assim como acontece com as manifestações respiratórias.

Se o indivíduo evolui com perda aguda da função renal, caracterizada por elevação progressiva, rápida e sustentada da creatinina no sangue, está caracterizada a injúria renal aguda, ou insuficiência renal aguda, que indica situação mais grave. Embora haja variação entre os diversos relatos, estima-se que isso ocorra em cerca de 30 % dos pacientes hospitalizados. Uma proporção menor desses acabará evoluindo com necessidade de substituição da função renal com diálise. Isso ocorre principalmente em pacientes intubados e em unidades de terapia intensiva, com relatos variando de 20 a 40 % de diálise em pacientes críticos. A mortalidade desses pacientes é elevada, e em nossa experiência chega a dois terços dos casos. Isso não difere muito da experiência internacional. O registro de internações em UTIs no Reino Unido (ICNARC) mostrou que, de 35.708 pacientes analisados, 18.7 % necessitaram de suporte renal. A letalidade hospitalar foi de 5,4%, nas UTIs foi de 37,2% e a letalidade dos pacientes em diálise foi de 62,5%.

Os sobreviventes desse quadro agudo têm uma fase de recuperação prolongada e laboriosa, sendo que metade deles ainda precisará de diálise por mais tempo. A taxa de recuperação da função renal após injúria renal aguda por Covid é significativamente menor do que em outras situações de pacientes críticos.

As repercussões a mais longo prazo ainda estão sendo estudadas, mas aparentemente permanecem sequelas renais, como proteinúria, hipertensão, disfunção tubular, doença renal crônica. Dados americanos anteriores à pandemia mostravam que 30 % das pessoas acometidas por insuficiência renal aguda desenvolviam doença renal crônica. Estima-se que esse número será maior após a Covid.

E qual o impacto da Covid em pessoas que já têm doença renal crônica, seja aqueles em tratamento clínico, ou em diálise ou transplantados? Aparentemente, o risco de adquirir a doença depende dos mesmos fatores epidemiológicos conhecidos na população geral. É discutível se pessoas com doença renal crônica teriam suscetibilidade maior ao vírus. Isso ainda precisa ser confirmado por outros estudos. O fato é que pacientes que se deslocam para centros de hemodiálise três vezes por semana para realizar seu tratamento estão mais expostos à doença. Todas as medidas de prevenção são recomendadas: máscara eficiente, limpeza das mãos, distanciamento.

Quando pessoas com doença renal crônica adquirem a Covid-19, seu curso clínico é mais grave e seu prognóstico é pior. Dos vários fatores, e várias comorbidades associadas a Covid severa, ter doença renal crônica em estágios moderados ou avançados, fazer diálise ou ser transplantado são das situações mais comuns e que mais influenciam a história natural da doença. O inquérito brasileiro de diálise de 2020, realizado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia mostrou uma letalidade por Covid de 25,7 % em pacientes dialisados, comparado à população geral que é de menos de 3 %.

As complicações da Covid e alto risco de morte pela doença foi apenas um dos fatores que reduziram o número de transplantes durante esse período de pandemia, em todo o mundo. No Brasil, o número de transplantes de rim com doador falecido, que vinha aumentando ano a ano, voltou em 2020 a patamares de 2016. E o número de transplantes com doador vivo foi reduzido em 70 % aproximadamente.

Em relação à vacinação de pacientes com doença renal crônica, os estudos ainda são menos conclusivos do que os realizados com a população geral. Isso gerou uma crítica da Associação Europeia de Diálise e Transplante e da Sociedade Internacional de Nefrologia, com um chamado para que pacientes renais fossem tratados como outras pessoas, e que estudos fossem realizados nessa população. Também há uma ação mundial para que pacientes renais sejam priorizados nas campanhas de vacinação. Aparentemente, não há risco aumentado de para-efeitos da vacinação em pacientes renais, seja dialisados ou transplantados. Quanto à eficácia, estudos com a vacina de m-RNA da Pfizer mostraram resultados semelhantes à população geral em pacientes sob diálise, mas uma resposta menor em pacientes transplantados, por conta dos imunossupressores que estes usam. Outros tipos de vacinas elicitam respostas por anticorpos menos importantes do que na população em geral, mas não se tem analisado a imunidade celular nesses estudos. A idade, o nível de albumina e ter Covid previamente influenciaram a formação de anticorpos.

 Pela interferência dos imunossupressores na eficácia das vacinas, talvez seja prudente uma campanha de vacinação efetiva antes dos procedimentos de transplante. Não estou a par de estudos de efetividade com a Coronavac em pacientes renais.

Os tratamentos para artrite reumatoide que funcionam com segurança. COVID e vacinas na artrite.


Live 9/setembro, 21h

Link direto: https://youtu.be/z3TqmSAvICs


artrite reumatoide é doença autoimune crônica com predileção pelas grande e pequenas articulações e com grande potencial destrutivo. Seu tratamento deve ser instituido de maneira mais precoce possível para se obter os melhores resultados, incluindo remissão. 


Tópicos:

– analgésicos e anti-inflamatórios

– fisioterapia e exercícios

– corticóides via oral e infiltrações

– remédios que induzem remissão da doença, incluindo biológicos e outros agentes de modulação do sistema imunológico

– cirurgias

– vacinas contra COVID em quem tem artrite


Dra. Ieda Laurindo tem Mestrado e Doutorado pela USP na área de Reumatologia com foco em artrite reumatóide e inflamação. Foi Presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia na gestão 2008-2010. Membro da comissão de artrite reumatoide da mesma Sociedade e Coordenadora do BiobadaBrasil – Registro Brasileiro de Monitorização de Terapias Biológicas em Doenças Reumáticas.

Meu duplo papel: médico e sobrevivente da COVID-19. Como é ser médico e paciente?


Live 26/agosto, 21h
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A experiência de um médico com COVID grave no hospital e na UTI. O médico como paciente. Experiências de vida. O que muda quando sobrevivemos à morte anunciada? A síndrome pós-COVID e a reabilitação.

Dr. Jaime Baião é médico reumatologista, Professor Adjunto IV do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Catarina, Supervisor e Preceptor do Programa de Residência Médica da Secretaria de Estado da Saúde do Estado de SC (Hospital Celso Ramos).

Sementes de abóbora na hiperplasia de próstata: funcionam?

Quais são os benefícios das sementes de abóbora para a saúde?

Aqui estão alguns artigos da literatura médica, você pode ler e chegar a suas conclusões. Note que pode haver conflitos de interesse nas publicações, o primeiro artigo é feito por funcionários de empresa da Suíça que vende suplemento com sementes de abóbora. Já o segundo investiga um produto à vendas como cuplemento e os autores dizem não ter interesse comercial, porém a indústria pode ter pago o produto utilizado na pesquisa e também várias outras despesas.

Artigo médico 1

Efeitos de um extrato de semente de abóbora hidroetodólica sem óleo na frequência e gravidade dos sintomas em homens com hiperplasia prostática benigna: um estudo piloto em humanos

A maioria dos homens é afetada pela hiperplasia prostática benigna sintomática (HPB) de uma certa idade. Extratos botânicos são frequentemente utilizados no manejo precoce dos sintomas. Em um estudo piloto monocentro de braço único, foram investigados os efeitos de um extrato proprietário de sementes de abóbora hidroetodólica sem óleo sobre os sintomas da HPB. Um total de 60 homens (62,3 anos [intervalo de confiança de 95%): 60,3-64,3 anos)) com um Escore Internacional de Sintomas da Próstata (IPSS) total de 14,8 (9 IC5%: 13,5-16,1) participou entre janeiro de 2017 e outubro de 2017 no estudo ingerindo o extrato de semente de abóbora hidroetodólica sem óleo uma vez por dia antes de ir para a cama durante 3 meses. Foi avaliada a alteração do IPSS dentro do período de tratamento. A frequência de nocturia foi registrada pelo diário da bexiga, e o volume de urina residual pós-evoide foi determinado através de ultrassom. Entre a linha de base e após 12 semanas de suplementação, foi observada uma redução significativa dos sintomas de uma média de 30,1% (IC95%: 23,1-37,1) para o IPSS total. O alívio dos sintomas teve alto impacto na qualidade de vida (P < 0,0001) e foi significativo após 8 e 12 semanas de intervenção (P < .001). A nocturia diminuiu significativamente ao longo do tempo (P < 0,0001), conforme confirmado pelo questionário IPSS e diário de bexiga. O volume de urina residual pós-evoide foi significativamente reduzido ao final da intervenção (linha de base: 83,67 mL [IC 95%: 58,02-109,3]; após 12 semanas: 63,11 mL [IC 95%: 45,37-80,85]; P = 0,0394). Esses resultados indicam que o extrato de sementes de abóbora hidroetodólica sem óleo parece ser um extrato vegetal muito tolerável e adequado para apoiar benefícios à saúde em um sofrimento coletivo de sintomas relacionados à hipertrofia da próstata sem a necessidade de tratamento médico.

J Med Food . 2019 Jun;22(6):551-559. doi: 10.1089/jmf.2018.0106. Epub 2019 Apr 24. Effects of an Oil-Free Hydroethanolic Pumpkin Seed Extract on Symptom Frequency and Severity in Men with Benign Prostatic Hyperplasia: A Pilot Study in Humans. Martin Leibbrand 1, Simone Siefer 2, Christiane Schön 2, Tania Perrinjaquet-Moccetti 3, Albert Kompek 4, Anca Csernich 4, Franz Bucar 5, Matthias Heinrich Kreuter 3

Artigo médico 2

Prospectivo Multicentro Open-Label One-Arm Trial Investigando uma semente de abóbora, isoflavonóides e mistura de cranberry em sintomas do trato urinário inferior/hiperplasia prostática benigna: um estudo piloto

A fitoterapia para sintomas do trato urinário inferior (LUTSs) devido à hiperplasia benigna da próstata (HPB) é progressivamente exigida pelos pacientes e confiável pelos médicos. O objetivo foi avaliar a eficácia de uma mistura de extrato de sementes de abóbora, isoflavonóides de germe de soja e cranberry (Novex®) no manejo de LUTS leves a moderados em pacientes com HPB. Foram recrutados pacientes do sexo masculino com idade ≥ 40 anos, que tinham LUTS leves a moderados durante >6 meses na triagem, sem terapia prévia ou que ainda são sintomáticos apesar do uso atual de bloqueadores alfa. Os critérios de exclusão foram um IPSS >19 e uma idade > 80 anos. O composto misto foi administrado oralmente, diariamente, por 3 meses. Os pacientes foram avaliados por meio de IPSS, índice urológico de qualidade de vida (uQoL) e Índice Internacional de Função Erétil (IIEF-5) em 3 consultas: linha de base (visita 1), 30 dias (visita 2) e 90 dias após o tratamento (visita 3). Dos 163 pacientes triados, foram recrutados 128 pacientes (61,8 ± 9,9 anos). O IPSS melhorou de 15 (Q1 : 12-Q3 : 17) na visita 1, para 11 (Q1 : 8-Q3 : 14) na visita 2, e para 9 (Q1 : 6-Q3 : 12) na visita 3 (p < 0,001). uQoL melhorou de 4 (3-4) na visita 1, para 3 (2-3) na visita 2, e para 2 (1-2) na visita 3 (p < 0,001). Os pacientes tiveram um escore IIEF-5 de 15 (12-18,7) na visita 1, 15 (12-18) na visita 2, e 17 (13-19) em visita 3 (p=0,99 visitas 1 vs. 2, p=0,004 visitas 2 vs. 3, e p=0,001 visitas 1 vs. 3). Tratar pacientes leves a moderados de LUTS/BPH com Novex® pode, portanto, aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e ter um leve efeito benéfico na função erétil.

Adv Urol . 2020 Jan 13;2020:6325490. doi: 10.1155/2020/6325490. eCollection 2020. Prospective Multicenter Open-Label One-Arm Trial Investigating a Pumpkin Seed, Isoflavonoids, and Cranberry Mix in Lower Urinary Tract Symptoms/Benign Prostatic Hyperplasia: A Pilot Study. Elie Nemr 1, Elie El Helou 1, Georges Mjaess 1, Albert Semaan 1, Josselin Abi Chebel 1

Artigo médico 3

O papel da Cucurbita pepo no manejo de pacientes afetados por sintomas do trato urinário inferior devido à hiperplasia prostática benigna: Uma revisão narrativa

Objetivo: Os compostos fitoterápicos são amplamente utilizados no tratamento de sintomas do trato urinário mais baixo (LUTS) relacionados à hiperplasia prostática benigna (BPH) devido a baixos perfis e custos de efeito colateral, alto nível de aceitação pelos pacientes e baixa taxa de abandono. Aqui, buscamos analisar todas as evidências disponíveis sobre o papel de Cucurbita pepo no tratamento do LUTS-BPH.

Material e métodos: Em maio de 2016 foi realizada uma busca sistemática na Biblioteca Nacional de Medicina Pubmed, banco de dados Scopus e no site oficial da Isi Web of Knowledge, a fim de identificar todos os estudos publicados sobre Cucurbita pepo e BPH. Foram utilizadas as seguintes cordas de pesquisa: “Cucurbita pepo” OU “semente de abóbora” e “próstata”; “Cucurbita pepo” E “antiandrogen” ou “antiproliferativo” OU “anti-inflamatório” OU “atividades antioxidantes”; “cucurbita pepo” OU “semente de abóbora” E “LUTS” E “melhora dos sintomas” OU “qualidade de vida”. Consideramos para a presente análise apenas estudos relacionados ao LUTS-BPH.

Resultados: Dentre todos os 670 selecionados, 16 foram relacionados ao LUTSBPH e finalmente analisados. Entre todos, dez deles foram realizados em “ambiente in vitro” mostrando efeito anti-inflamatório e antiandrógeno, e redução no crescimento da próstata e atividade destrusor, enquanto seis foram estudos clínicos. Em todos os estudos foi relatada uma melhoria no Escore Internacional de Sintomas Prostáticos (IPSS) e nos parâmetros de urofluxometria. Em 4 estudos foi relatada uma melhora na qualidade de vida.

Conclusão: Com base em nossa revisão narrativa, o uso de Cucurbita pepo na gestão de pacientes afetados pelo LUTS-BPH parece ser útil para melhorar os sintomas e a qualidade de vida. No entanto, futuros ensaios clínicos devem ser realizados para confirmar esses resultados promissores.

Arch Ital Urol Androl. 2016 Jul 4;88(2):136-43. doi: 10.4081/aiua.2016.2.136.The role of Cucurbita pepo in the management of patients affected by lower urinary tract symptoms due to benign prostatic hyperplasia: A narrative review. Rocco Damiano 1, Tommaso Cai, Paolo Fornara, Corrado Antonio Franzese, Rosario Leonardi, Vincenzo Mirone

Artigo médico 4

Efeitos da semente de abóbora em homens com sintomas do trato urinário inferior devido à hiperplasia prostática benigna no estudo GRANU de um ano, randomizado e controlado por placebo

Introdução: O estudo German Research Activities on Natural Urologicals (GRANU) foi um estudo randomizado, parcialmente cego, controlado por placebo, em grupo paralelo que investigou a eficácia da semente de abóbora em homens com sintomas do trato urinário inferior sugestivos de hiperplasia prostática benigna (BPH/LUTS).

Sujeitos e métodos: Um total de 1.431 homens (50-80 anos) com BPH/LUTS foram aleatoriamente atribuídos a sementes de abóbora (5 g b.i.d.), cápsulas com extrato de sementes de abóbora (500 mg b.i.d.) ou placebo correspondente. O critério de resposta primária foi a diminuição do Escore Internacional de Sintomas da Próstata (IPSS) de ≥5 pontos da linha de base após 12 meses. As medidas de desfecho secundário incluíram qualidade de vida relacionada ao IPSS, itens únicos IPSS e nocturia registrada por diário.

Resultados: Após 12 meses, a taxa de resposta (abordagem de intenção de tratar/última observação-levada à frente) não difere entre extrato de sementes de abóbora e placebo. No caso da semente de abóbora (respondentes: 58,5%), a diferença em relação ao placebo (respondentes: 47,3%) foi descritivamente significativo. Os produtos do estudo foram bem tolerados. No geral, em homens com BPH, 12 meses de tratamento com sementes de abóbora levaram a uma redução clinicamente relevante no IPSS em comparação com o placebo.

Conclusão: Para justificar plenamente uma recomendação para o uso de sementes de abóbora para tratar LUTS moderados, esses achados precisam ser comprovados em estudo confirmatório ou revisão sistemática.

2015;94(3):286-95. doi: 10.1159/000362903. Epub 2014 Sep 5. Effects of pumpkin seed in men with lower urinary tract symptoms due to benign prostatic hyperplasia in the one-year, randomized, placebo-controlled GRANU study. Winfried Vahlensieck 1, Christoph Theurer, Edith Pfitzer, Brigitte Patz, Norbert Banik, Udo Engelmann

Meus filhos nesta pandemia: Covid em crianças, perigos e vacinas


Live 02/agosto, 21h
Link direto: https://youtu.be/7Z1Vrsx9d38

1. Crianças não pegam COVID?
2. Vacinação em crianças e adolescentes
3. Síndrome multissistêmica em crianças
4. Crianças com comorbidades
5. Como os pais devem cuidar de seus filhos na pandemia
6. Aspectos emocionais do desenvolvimento de crianças em situação de pandemia

O Dr. Sergio Amantéa é Professor do Departamento de Pediatria da UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de POA) e da PUC-RS. Coordenador do Departamento de Emergência Pediátrica da SBP. Presidente da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul.

A tragédia da pandemia no Brasil: números, desinformação e soluções


Live 26/julhoATENÇÃO: HORÁRIO ESPECIAL, 18 horas da tarde.

Link direto: https://youtu.be/VV4j09oXB1A


Como iniciou e evoluiu a pandemia no Brasil

Por que números tão elevados de doentes

Mortalidade evitável?

Variantes tornam tudo mais complicado

Vacinas: em busca da salvação

Desinformação e politização da pandemia


O Prof. Pedro Rodrigues Curi Hallal possui graduação em Educação Física (2000), mestrado (2002) e doutorado (2005) em Epidemiologia pela Universidade Federal de Pelotas. Realizou estágio pós-doutoral no Instituto de Saúde da Criança da Universidade de Londres. Atuou como Reitor da UFPel entre 2017 e 2020. É docente associado da Universidade Federal de Pelotas no curso de graduação em Educação Física e nos programas de pós-graduação em Educação Física e Epidemiologia. Coordena o EPICOVID-19, o maior estudo epidemiológico sobre coronavírus no Brasil. É um dos coordenadores da Coorte de 2015 de Pelotas e do Observatório Global de Atividade Física. É um dos sócios fundadores e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde. Foi membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências entre 2008 e 2013. É bolsista de produtividade 1A do CNPq. É Editor-Chefe do Journal of Physical Activity and Health.

Como vencer uma amputação: causas, soluções, próteses.


Live 22/julho, 21h
Link direto: https://youtu.be/mwP2SzQamv4

Tópicos
-Quem é o paciente amputado? Causas, estatísticas e características
-Como se dá o processo de confecção de uma prótese e o processo de reabilitação de um paciente amputado?
-Como é a relação entre o paciente amputado e seu protesista?
-Qual a diferença entre o mercado brasileiro e o americano?
-Como nasce a Da Vinci Clinic e qual o seu propósito?

Pedro Pimenta, formado em Economia pela University of South Florida, 30, é CEO & Co-fundador da Da Vinci Clinic, autor bestseller e palestrante internacional. Em 2009, Pedro contraiu um tipo fatal de meningite que quase lhe custou a vida. O preço de uma segunda chance foi alto – a amputação de braços e pernas. Hoje, Pedro vive de forma 100% independente utilizando suas próteses e usa sua superação para inspirar milhares, seja através de sua clínica de reabilitação de amputados, a Da Vinci Clinic, ou por suas populares palestras corporativas mundo afora.

Jairo Blumenthal é Protesista e Ortesista Diplomado nos Estados Unidos, é um ex- aluno de Medicina e de Administração de empresas que decidiu trocar estas carreiras acadêmicas para se tornar o primeiro brasileiro com a formaçao como Protesista e Ortesista nos Estados Unidos.