Rumo à meta dos 120 anos de idade!


Por que não se pensou nisto antes? Estudar o genoma de tartarugas gigantes que vivem muito além dos 100 anos traz grandes novidades na área do envelhecer saudável.

A revista Nature Ecology and Evolution traz os primeiros resultados do genoma de Aldabrachelys gigantea do Oceano Índico e de Lonesome George, último exemplar de Chelonoidis abingdonii das Ilhas Galápagos, falecido há pouco tempo.

Os pesquisadores identificaram 43 gens que sofreram seleção natural positiva na evolução das tartarugas, vários deles implicados na senescência saudável em humanos, regulação do sistema imune e tráfego de vesículas dentro das células.

Outros 3.000 gens foram manualmente selecionados por seu impacto na fisiologia humana e processos de envelhecimento. Claro, vários tiveram que ser descartados, porque diziam respeito à formação do casco das tartarugas, de sua dentição especializada ou aumento corporal – uma tartaruga macho das Galápagos chega facilmente aos 230 Kg de peso. Mas outros gens podem ser muito importantes, como variantes envolvidos na regulação da glicose, proteção imune contra infecções e imunovigilância contra mutações que levam ao câncer.

Além disso, as tartarugas carreiam duplicidade de gens protetores contra câncer, ditos gens supressores de tumores, o que pode pelo menos parcialmente explicar a ausência de tumores nas tartarugas gigantes.

Ao final os autores analisaram 500 gens diretamente relacionados à senescência humana, e descobriram modificações em gens que proporcionam integridade genômica, reparação de falhas no DNA, manutenção de telômeros (extremidades dos cromossomos, com perda progressiva de sua extensão no envelhecimento humano) e função mitocondrial, a par de outros benefícios.

Próximos passos serão identificar as sinalizações dentro das células que farão estes gens funcionarem a favor da longevidade humana, eis que são similares nos humanos e nas tartarugas. E então chegaremos às modificações genéticas positivas que poderão ser introduzidas por vários mecanismos, conferindo aos humanos da segunda metade do século XXI uma vida com mínimo de infecções e quem sabe sem câncer, dentre outros benefícios.

Leia mais em https://www.nature.com/articles/s41559-018-0733-x

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